sábado, 3 de julho de 2010


Babosa ( Aloe Vera )
FIGURA 1: Aloe arborescens Mill

2.1 DESCRIÇÃO BOTÂNICA

Planta com caule ereto, com cerca de 1,50 m de altura, semilenhoso, nodoso, verde-claro e esguio. Suas raízes são longas e pardas.

As folhas são carnosas, sésseis, lanceoladas, de até 50 cm de comprimento, base algo atenuada, ápice agudo e margens com fortes dentes verdes e espinhosos, dispostas em espiral numa roseta. São sucosas, inodoras e de sabor amargo. A face ventral é verde-escura, algo brilhante, lisa e plana. A face dorsal é convexa, verde-clara e lisa.

As flores são actinomorfas, hermafroditas, vistosas, de 3,50 cm de comprimento, de cor laranja-avermelhada. O perigônio é tubuloso, estreito, formado por 6 tépalas. Os estames são em número de 6, de igual comprimento que as tépalas ou pouco mais longos, com filetes subulados e anteras oblongas. O ovário é súpero, trígono, trilocular, com os lóbulos pluriovulados e estilete filiforme. A inflorescência ocorre em racemos terminais, simples ou bifurcados, densos eretos.

Os frutos são constituídos de cápsulas pardo-escuras, e as sementes são numerosas, achatadas e escuras.

Origem: sul da África (DIMITRI, 1978)

3. Aloe saponaria (Aiton) Haw.

Babosa-listrada

Família: ALOEACEAE (LILIACEAE)
Nomes vulgares: babosa-listrada, babosa-pintada

Babosa ( Aloe Vera )
FIGURA 2: Aloe saponaria (Aiton) Haw.

Babosa ( Aloe Vera )
FIGURA 3: Detalhe da inflorescência

3.1 DESCRIÇÃO BOTÂNICA

É uma erva perene, baixa, com caule muito curto, saindo em cone invertido. Suas raízes são fortes, numerosas, longas, escuras, partindo dos rizomas.

As folhas são dispostas em roseta basal, imbricadas, grossas, lanceoladas, sésseis, largas na base, têm ápice agudo e margens com dentes confluentes, ganchosos e fortes. A face superior é verde-clara-acinzentada, com manchas transversais em dente-de-serra, formadas por pontos mais claros que o fundo, plana ou levemente côncava. A face inferior é verde-clara-amarelada, lisa e convexa. As folhas são sucosas, amargas e inodoras, sendo o suco fluido, abundante, de cor transparente a amarelada, levemente pegajoso.

As flores são actinomorfas, hermafroditas, pediceladas, laranja-amareladas ou corais e esverdeadas na extremidade.

O perigônio é tubuloso, inflado na base, tem de 3 a 4 cm de comprimento, constrito no centro e expandido na parte terminal, formado por 6 tépalas. Os estames são em número de 6, curtos, com anteras oblongas, bordô-escuras. O ovário é súpero, cônico, trígono, trilocular, com lóculos pluriovulados; o estilete é longo, filiforme e o estigma afilado. A inflorescência é em corimbos terminais com hastes trígonas, partindo lateralmente da roseta, e o florescimento ocorre de outubro a dezembro.

Os frutos são constituídos de cápsulas pardo-claras; as sementes, em número reduzido, são escuras e aplanadas.

Origem: sul da África (DIMITRI, 1978)

4. Aloe vera (L.) Burm. f.

Babosa-verdadeira

Família: LILIACEAE
Nomes vulgares: babosa-verdadeira, aloe-de-barbados, aloe-de-curaçau

Babosa ( Aloe Vera )
FIGURA 4: Aloe vera (L) Burm. f. - Hábito

4.1 DESCRIÇÃO BOTÂNICA

É uma planta com caule curto e estolonífero e raízes abundantes, longas e carnosas.

As folhas são grossas, carnosas, rosuladas, eretas, ensiformes, têm de 30 a 60 cm de comprimento, verde-brancas, com manchas claras quando novas, lanceoladas, agudas e com margens de dentes espinhosos e apartados. A face ventral é plana, e a dorsal convexa, lisa e cerosa. As folhas são muito sucosas, têm odor pouco agradável e sabor amargo, tornando-se o suco, após colhida a folha, de cor violácea e aroma muito forte e desagradável.

As flores são cilíndricas a subcilíndricas, branco-amareladas, têm de 2 a 3 cm de comprimento, com segmentos coniventes ou coerentes com as pontas extendidas. Têm seis estames aproximadamente do tamanho do tubo, filetes delgados e anteras oblongas. O ovário é séssil, triangular, trilocular, e o estilete é mais longo que o perianto, com um pequeno estigma, sendo os óvulos abundantes nos lóculos. A inflorescência é central, ereta e tem de 1 a 1,50 m de altura. O escapo tem de 10 a 15 cm, com escamas largos, e o racimo é denso (1 - 3 cm), com brácteas lanceoladas mais longas que os pedicelos. O florescimento ocorre na primavera (setembro-outubro).

Os frutos são constituídos de cápsulas ovóide-oblongas, cônicas, curtas (20 mm), de deiscência loculícida, triloculares, mas com septos dando a impressão de 6 lóculos. As sementes são numerosas, pardo-escuras, achatadas e reniformes.

Origem: região mediterrânica (DIMITRI, 1978)

5. CULTIVO DAS BABOSAS

Variedades

Não se conhecem variedades ou seleções das três espécies indicadas no presente trabalho.

Solo

Não são exigentes quanto ao solo, desde que este seja drenado e permeável (arenoso e areno-argiloso), mas são sensíveis à acidez do solo. Solos com abundância de matéria orgânica devem ser equilibrados com boas doses de nutrientes minerais: potássio, cálcio, fósforo e magnésio.

Clima

É planta característica de climas tropicais e subtropicais. Deve ser cultivada em locais protegidos de geadas e de ventos frios hibernais, quer por exposições mais quentes (leste e norte), quer pelo uso de quebra-ventos. É planta de plena luz, não se dando bem à sombra ou meia-sombra. A A. vera é a mais exigente quanto ao calor (CORREA JR. et al., 1991).

Método de Propagação

O mais usado e prático é a do uso dos perfilhos que nascem ao redor da planta-mãe (A. vera), ao lado do tronco (A. arborescens) , e os que afloram no solo pelos rizomas (A. saponaria). Estes perfilhos são separados e cultivados em um viveiro para que enraízem bem e se tornem fortes. O uso de estacas de raízes não produz muitas mudas (só é empregado eventualmente), e as folhas raramente enraízam.

Plantio

É feito no outono ou na entrada da primavera, em linhas distanciadas entre si, de 0,80 a 1 m, conservando 0,50 m (A. saponaria), 0,70 m (A. vera) ou de 0,80 a 1 m (A. arborescens), para maior facilidade de limpeza entre as plantas. O plantio é feito em covas rasas, em solo bem preparado.

Tratos culturais

Consistem em capinas, para evitar a concorrência com plantas espontâneas. Estas são feitas nas linhas para evitar o corte de plantas pelos instrumentos de capinas. A manutenção de cobertura morta, no inverno, é de grande valia. O controle de formigas e cupins deve ser feito sempre. As irrigações, salvo na hora do plantio, devem restringir-se a períodos de seca (CASTRO & CHEMALE, 1995).

Pragas e Doenças

Eventualmente, ocorrem doenças devido à influência de climas frios e carências nutritivas. As doenças podem ser de origem bacteriana ou fúngica. Quando são poucas, as plantas infectadas devem ser eliminadas da cultura.

Colheita e Rendimentos

A colheita é realizada após um ano de cultivo, pois o crescimento inicial das babosas é lento.

Retiram-se as folhas inferiores maiores, junto ao tronco, com um instrumento afiado. Deixam-se as folhas centrais para renovar a planta. As folhas são levadas imediatamente para a extração da mucilagem e dos heterosídios. O rendimento é variável, apresentando a A. vera o maior rendimento em peso de folhas/ha, seguido da A. arborescens, e ficando a A. saponaria com uma baixa produção de folhas (massa verde). Os colhedores devem usar botas e luvas para a proteção contra os espinhos existentes nas folhas (CASTRO & CHEMALE, 1995).

AGRADECIMENTOS

Ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) pelo apoio financeiro, a pesquisadora Eng. Agrª Drª Shirley Galli Taylor da Rosa pelo apoio e pela análise crítica do trabalho, à estudante de Agronomia Cristina Machado pela digitação e organização geral do trabalho no microcomputador, às Biólogas da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Márcia Therezinha Menna Barreto das Neves e Rosana Moreno Senna pelo auxílio na identificação das espécies, aos demais colegas da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO) pelas sugestões e pelo incentivo à pesquisa.

Babosa: uma planta multifuncional
De origem africana, a babosa pertence à família das Liliáceas e é parecida com o cacto. Existem aproximadamente 300 espécies de babosa, mas a Aloe vera é a mais conhecida.

A caraguatá, como também é chamada, é carnosa, firme e quebradiça, recheada com um líquido viscoso e macio. Possui espinhos em suas folhas, as quais podem medir até 50 cm de comprimento. É típica de clima quente e solo bem drenado.

Rica em lignina, minerais, cálcio, potássio, magnésio, zinco, sódio, cromo, cobre, cloro, ferro, manganês, betacaroteno (pró-vitamina A), vitaminas B6 (piridoxina), B1 (tiamina), B2 (riboflavina), B3, E (alfa tocoferol), C (ácido ascórbico), ácido fólico e colina, esta planta pode ser utilizada de diversas formas, para vários fins.

No tratamento de queimaduras, ferimentos, inflamações, queda de cabelo e espinhas, a babosa é utilizada em uso tópico. Sua polpa pode ser utilizada como vermífugo e digestivo em uso interno e sua resina - resultado de mucilagem, após secagem das folhas – pode ser utilizada como laxante. Ela auxilia, ainda, no fortalecimento do sistema imunológico e também no controle da diabetes, uma vez que tem capacidade de controlar os níveis de glicose sanguínea.


Curiosidades:

Alguns historiadores consideram que a babosa é o grande segredo de beleza utilizado por Cleópatra, no antigo Egito e que ela era transportada pelos soldados de Alexandre, o Grande, como medicamento de primeiros socorros.

Antigos grupos indígenas mexicanos e da América do Norte utilizavam esta planta para tratamento da pele, cabelos e problemas estomacais.

A Aloe vera , conhecida popularmente no Brasil como babosa e em Portugal como aloés, é uma espécie de planta do género Aloe, nativa do norte de África. Encontram-se catalogadas mais de 200 espécies de Aloe. Deste universo, apenas 4 espécies são seguras para uso em seres humanos, dentre as quais destacam-se a Aloe arborensis e a Aloe barbadensis Miller, sendo esta última reconhecida como a espécie de maior concentração de nutrientes no gel da folha.

Pela Legislação Brasileira somente cosméticos e medicamentos fitoterápicos podem ser fabricados industrialmente a partir da planta. Alimentos, como suco e isotônico vendidos em outros países, não estão autorizados a serem produzidos devido à falta de pesquisas relacionadas a segurança alimentar.[1]

Aloe vera (do latim vera, "verdadeira") ou aloés tem um aspecto de um cacto de cor verde, mas este pertence à família dos lírios. Esta planta por dentro tem um líquido viscoso e macio.

A Aloe vera floresce no começo da primavera, geralmente com flores de um amarelo vivo em uma longa haste que se projeta para fora do centro da roseta. Suas flores são, ocasionalmente, de cor laranja ou vermelha. Em uma planta já desenvolvida, a haste se eleva, geralmente, de 60 a 90 centímetros acima da extremidade das folhas. Como suas folhas são suculentas, elas estão cheias de uma substância gelatinosa que pode ser extraída e então engarrafada ou incorporada em vários produtos.

A Aloe Vera tem folhas espinhosas de cor verde, com o formato de lanças que crescem numa formação de roseta (tal qual pétalas de rosa). Suas folhas frequentemente crescem até 75 cm e podem chegar a pesar de 1,4 a 2,3 kg cada uma.

A Aloe Vera é uma planta originária de regiões desérticas. Por causa do meio hostil em que se desenvolve, ela adquiriu inúmeras capacidades para sobreviver onde muito poucas espécies vegetais conseguem. Além de crescer no deserto ela também só é encontrada em certas zonas tropicais do mundo e por esta razão não é muito conhecida em regiões de climas frios.

O Aloe vera é uma planta utilizada para diversos fins medicinais há muitos anos. Geralmente é utilizada para problemas relacionados com a pele (acne, queimaduras, psoríase, hanseníase, etc). Pesquisadores encontraram relatos do uso desta planta entre civilizações antigas como os egípcios, gregos, chineses, macedônios, japoneses e mesmo citações na Bíblia[2] deixam claro que era comum o uso desta planta na antiguidade.

É um poderoso regenerador e antioxidante natural. A esta planta são reconhecidas propriedades antibacteriana, cicatrizante, capacidade de reidratar o tecido capilar ou dérmico danificado por uma queimadura, entre outras.

A babosa aplicada sobre uma queimadura ajuda rapidamente a retirar a dor, pelo seu efeito reidratante e calmante. Pelo mesmo efeito reidratante lentamente irá reparando o tecido queimado, curando desta forma a queimadura.[3]

A Babosa tem poder de reter água para se manter o tempo todo bem hidratada, mesmo sob o calor produzido pelo sol escaldante do deserto.

Aloe vera é um excelente nutriente, com importantes proteínas, vitaminas e sais minerais. Com sua constituição química permite a penetraçao na pele e assim levar importantes nutrientes para as células vivas.

Contém várias enzimas cujas atividades não são totalmente compreendidas

  • A Aloe Vera também pode ser utilizada para regular o trânsito intestinal, sendo muito utilizada para casos de intestino preso e baixa absorção de nutrientes.